09/06/2020
PE BOSCO
As cenas de
violência nos Estados Unidos quando policiais brancos mataram George Floyd em
via pública, suscitou a indignação pelos países a fora. A causa da violência
foi uma nota falsa no valor de 20 dólares. Pelo que entendi o dono do comércio
tentou evitar aquela morte, mas a polícia insistiu em tirar a vida do ex
segurança.
Pelo que também
entendi a violência não se deu simplesmente por causa do dinheiro. Qualquer
pessoa pode ser vítima de uma nota falsa e isso não é motivo para tirar a vida
de um ser humano. O dinheiro jamais poderá estar acima das pessoas.
Por trás do fato
está a desgraça do racismo que considera negro como se gente não fosse e, por
isso, deve ser eliminada. Alguém dizia que uma questão brutal e desumana
desencadeou algo positivo que são as manifestações.
De fato, não só
nos Estados Unidos, mas em vários outros países, as pessoas foram para as ruas
para externar as insatisfações; mostrar a indignação pela forma como as pessoas
negras são tratadas simplesmente por causa da cor.
O Brasil também
tem um histórico de grandes manifestações. Nos anos 83 e 84 o povo foi às
ruas de forma surpreendente no Brasil para ter o direito de escolher pelo voto
o presidente da república, o que aconteceu pela conhecida emenda constitucional
Dante de Oliveira.
Em todo caso, as
mudanças acontecem com a manifestação das bases em cada país. O Brasil
mesmo em pandemia e, por isso, ainda de forma tímida, saiu para a rua em várias
capitais nestes dias, condenando o racismo e defendendo a bandeira da democracia.
As manifestações
do Brasil que certamente irão crescer se dão por conta do racismo e também por
causa de pedidos isolados, inconstitucionais a favor da ditadura, do fechamento
do congresso e do supremo. Os ministros, a OAB, o congresso, governadores,
entidades da sociedade e associações estão de manifestando de forma dura contra
essas praticas. Na verdade, se vive uma realidade muito atípica no Brasil, de
total instabilidade e imprevisível.
Até a
transparência sobre as mortes no Brasil está sendo sob ameaça de omissão para
que a sociedade possa não acompanhar a real situação. As secretarias de saúde
dos estados já estão fazendo uma contagem independente por não confiarem nesta
tentativa do ministério da saúde para omitir a realidade.
Nunca podemos perder
as esperanças, mas o cenário político, sanitário e econômico para os mais
pobres é dos piores. Os mais abastados também não escapam da crise.
A única solução
ou caminho viável é dizer não a tudo o que destrói a vida humana, estar do lado
da vida e contra as instituições quando as mesmas defendem interesses
desumanos.