Laudato si, mi
Signore.
Depois
do belíssimo texto do papa Francisco sobre a Alegria do Evangelho, aonde o papa
apresenta um programa da vida pastoral da igreja, está à disposição dos fieis
uma nova encíclica clama da Laudato Si, Louvado Seja, inspirada no Cântico das
Criaturas de São Francisco de Assis.
O
papa Francisco aborda o tema da ecologia de forma muito ampla, apresentando ao
mundo como sendo a casa comum, isto é, pertencente a toda a humanidade e que
sobre essa casa todos devem assumir as responsabilidades para uma vida melhor.
Logo
no inicio, o papa já aborda os grandes problemas da humanidade com o seguinte
tema: “o que esta acontecendo em nossa casa”. Entre outros o papa fala de
poluição, agua, desigualdades, etc. Todos são problemas que que devem ser
enfrentados com urgência.
Essa
carta tem um caráter muito pedagógico, além do excelente conteúdo. Para muitos
de nós cristãos, mesmo que são Tiago nos diga que a fé sem a vida é morta,
existe uma verdadeira aversão a tudo aquilo que é deste mundo e que se deve
relacionar com a fé.
Como
usar a expressão “coisas do mundo” como algo que não se refere a Deus depois
dessa encíclica? Como pensar o mundo como algo desligado da fé, se o mundo é
obra da palavra de Deus na criação? Faça-se a luz; e a luz se fez. Genesis 1.
O
papa, portanto, traz para o centro da reflexão o mundo como obra da criação;
que dele nós dependemos para a nossa sobrevivência e dele devemos cuidar.
Chama
a atenção, na encíclica no quinto capitulo sobre o dialogo a respeito do tema.
Creio
que o papa traz um grande desafio uma vez que as instituições de modo geral
cada vez mais dialogam menos. O dialogo é algo que deve acontecer dentro de um
processo muito lento. O que existe, no entanto, na sociedade é a ideia de
eficiência e pragmatismo. A sociedade anda em busca de resultados e, por sua
vez, todas as instituições entram também na ideia do eficientismo. Com isso,
não se torna importante à pessoa humana com seus dramas, situações,
dificuldades, etc.
O
papa, que insiste aqui no dialogo, sabe da importância do mesmo, ele mesmo tem
se pautado pelo dialogo, como também sabe que qualquer mudança seja sobre a
ecologia, seja sobre outras temáticas, não se chega a resultados sem uma grande
conscientização e participação da sociedade.
Para
motivar a leitura, fala o próprio papa.
A questão da
água: O Pontífice afirma claramente que « o acesso à água potável e
segura é um direito humano essencial, fundamental e universal, porque determina
a sobrevivência das pessoas e, portanto, é condição para o exercício dos outros
direitos humanos ». Privar os pobres do acesso à água significa «
negar-lhes o direito à vida radicada na sua dignidade inalienável » (30).
A preservação
da biodiversidade: « Anualmente, desaparecem milhares de
espécies vegetais e animais que já não poderemos conhecer mais, que os nossos
filhos não poderão ver, perdidas para sempre» (33). Não são somente
eventuais “recursos” exploráveis, mas têm um valor em si mesmos.
Nesta perspectiva, « são louváveis e, às vezes, admiráveis os esforços de
cientistas e técnicos que procuram dar solução aos problemas criados pelo ser
humano », , mas a intervenção humana, quando se coloca a serviço da
finança e do consumismo, « faz com que esta terra onde vivemos se torne
realmente menos rica e bela, cada vez mais limitada e cinzenta » (34).
Muito importante à leitura da “Laudato
Si”. Os temas tratados pelo papa Francisco são essenciais e apaixonantes não só
para os cristãos católicos, mas para toda a humanidade.