Gritai ao mundo que Jesus Cristo esta preso.
É as pessoas vão nos
contestar, elas dirão que presos estão
os bandidos e não Jesus Cristo!
E nós que temos o compromisso de mostra, chamar o mundo
para visitar Jesus, então diremos. Falaremos
do crime que Jesus cometeu, e o que o levou a ser preso, a ser
torturado, a ser tratado com um dos maiores criminoso da sua época e como Jesus
permanece preso até os dias de hoje.
Diremos que: como os presos, em sua grande maioria,
ele já foi gerado fora da Lei, gerado no ventre de uma mulher solteira,
conforme Mt
1,18. A lei judaica, da época, castigava severamente a
jovem que engravidasse antes do casamento. Toda relação sexual extraconjugal do
homem ou da mulher casados era condenada. Era um crime
grave para a época, punido com a pena de morte, (Dt 22,23-24). Jesus foi gerado nestas condições, fora da Lei. Maria
cometeu um crime ao aceitar o convite para ser a Mãe de Jesus, pois ainda era
uma jovem solteira. Seu noivo, José, pensou em abandoná-la quando soube que
estava grávida, mas graças a intervenção de um Anjo isto não acontece, diz o
Evangelho de Mateus 1,19-20.
Este foi o primeiro crime que caiu sobre Jesus.
Jesus nasceu em uma cidade estranha, sua mãe grávida,
não foi acolhida em nenhuma casa, ninguém quis dar posada para um casal
estranho com a esposa na eminência de
dar a luz, (Lc 2,6-7). Jesus vai nasceu em uma manjedoura, no campo, no meio dos
animais. Longe das residências, longe das cidades.
As primeiras pessoas a
visita-lo, foram os pastores, a imagem romântica dos pastores dos presépios
não corresponde à realidade. Eles eram malvistos pelo fato de não respeitarem
as propriedades dos outros, invadindo-as com seus rebanhos, e cobrando preços
exorbitantes pelos produtos dos rebanhos. Conforme o Talmud Babilônico, um
pastor não podia ser eleito a cargo de juiz ou testemunha nos tribunais, por
causa da má fama e do desrespeito à propriedade. É a um tipo assim de gente que
é dirigido por primeiro o anúncio do nascimento do Salvador. E os pastores
respondem ansiosamente a esse anúncio, indo apressadamente a Belém. (Lc 2,8-12). E para todos que
falavam do nascimento de Jesus, “maravilhavam-se
do que lhes diziam os pastores”. (Lc
2,17).
Jesus ainda criança já é tratado como um fora da
Lei, alguém perigoso, recém nascido
recebe a pena capital,(Mt 2,13). Quando o Rei
Herodes soube que Jesus tinha nascido, de imediato decretou a sua morte. Este
foi o presente que Jesus recebeu do Rei Herodes: a condenação. Seu segundo crime, ter nascido.
Jesus criança escapa da morre porque seu pais fogem com ele ( Mt 2, 13-14). Recém nascido,
condenado, perseguido, tornasse fugitivo da lei. Os policiais de Herodes o
procuram e não o encontram. Herodes revoltado decreta a morte dos inocentes.
Diz o evangelho de Mt 2, 16-18 que Herodes quando viu que tinha sido
enganado pelos magos, ficou furioso e mandou
matar em Belém e arredores todos os meninos de dois anos para baixo.
Jesus consegue fugir, de noite, deixando atrás de si um rastro de sangue.
Imaginamos Maria e José nesta fuga, como se sentiram e, como a comunidade de
Belém, as famílias que perderam seus filhos sentiu-se ao ver as suas crianças
serem assassinadas devido a fuga de uma família
suspeita, desconhecido. As Crianças são assassinadas por causa de Jesus, (Mt 2,17- 18). As mães, choram desesperadas, sem consolo,
a morte de seus filhos. “Cumpriu-se assim o que foi dito pelo profeta Jeremias:
Ouviu-se uma voz em Ramá, muito choro e gemido: é Raquel que chora seus
filhos, e não quer ser consolada, porque já não existem”. Além da fuga, da perseguição noturna de
Jesus Maria e José, carregaram para sempre esta lembrança. As mães que choraram
a dor da perda de seus filhos, Jesus que cresce sabendo que o seu nascimento
foi causa de morte para muitos inocentes. Terceira condenação.
Jesus passa a
grande parte de sua vida morando em Nazaré, uma cidade que não tinha uma boa
fama, um lugar onde viviam pessoas marginalizadas. O povo não via com bons
olhos os moradores desta cidade. Quando apresentam Jesus para Natanael, ele
interroga indignado: “De Nazaré pode sair alguma coisa boa?
(Jo 1,46). Assim como são os bairros e favelas onde são
criados e de onde vem a grande maioria da população encarcerada. Quarto crime
morar no meio e junto com os marginalizados. Agentes de Pastoral Carcerária, gritai
ao mundo que Cristo esta presos!
Jesus, no inicio da sua vida publica, em um sábado a tarde entrou em uma
Sinagoga e leu o seu programa de vida, o que veio fazer neste mundo e todos
escutaram com grande admiração: (Lc 4,16-21)
Apresentou o Compromisso que assumiu, com todas as dificuldades do caminho
até o fim. Não desistiu, não abandou o seu programa, cumpriu na integra. Porem,
após a leitura, Jesus sentou-se e já em seguida, ali mesmo na Sinagoga, onde
acabara anunciar o seu programa de vida,
o povo já tenta matá-lo. ..Levantaram-se,
arrastaram-no para fora da cidade
e o conduziram até o alto do monte onde estava construída a cidade, para dali o
precipitarem” (Lc 4,29). Ele acabara de assinar a
sua pena de morte, colocou-se no lado dos pobres; dos aprisionados, dos
cegos, e quer libertar os oprimidos, e
anunciar o ano da graça do
Senhor.
A vida publica
de Jesus foi muito difícil: perseguições, condenado varias vezes, expulso
do Templo, da sinagoga e até de cidades, por todos os lugares tentavam
prende-lo e mata-lo.
No templo, por
curar um home em
dia de sábado(Jo 7, 14-19), quando ensinava
(Jo 7,28.30) em vários momentos encontramos as autoridades e os Judeus irritados e querendo matá-lo. Mas não sabiam o que fazer, porque o povo todo ficava fascinado, quando ouvia Jesus falar ( Lc
19,45-48).
Na Sinagoga por curar um homem com uma das mãos paralisada em dia de sábado, os fariseus fizeram
um plano para matar Jesus (Mt 12, 9-14). Após a
proclamação do seu projeto de vida Levantaram-se, e arrastaram Jesus para fora da
cidade e o conduziram até o alto do monte onde estava construída a
cidade, para dali o precipitarem (Lc
4,29).
Nas cidades. Jesus é expulso da cidade, a população vivia harmoniosamente
com os Demônios, mas não conseguem viver com Jesus, suplicam que ele os deixasse
e, fosse embora, saísse do meio deles. “Então toda a cidade saiu ao
encontro de Jesus. Vendo-o, começaram a suplicar que Jesus se retirasse da
região deles” (Mt 8,
34).
Parentes. Quando Jesus declarou que a vida estava acima
da Lei, causou revolta e a ira dos seus conterrâneos e ao povo da sua raça, os
judeus. (Jo 5,15-18) ... Então as autoridades
dos judeus começaram a perseguir Jesus, porque ele havia curado em dia de
sábado.
A Vida Social de Jesus é com os fora da Lei,
impuros e condenados. Jesus convive com
os fora-da-lei do seu tempo. É criticado como “amigo dos publicanos e dos
pecadores” (Mt 9,10-13). Ao risco de parecer macular-se, faz com eles
“comunidade de mesa”: com Zaqueu (Lc 19,1-10), com Mateus (Mt 9,10-11) e com os
pecadores em geral (Lc 15,1-2). Os doentes. No tempo de Jesus, toda doença
estava ligada ao pecado. A doença era
vista como um castigo. A coisa era mais evidente ainda no o caso das
possessões. Ora, Jesus vive rodeado de
doentes. Marcos nos apresenta este quadro: “Ao anoitecer, após o pôr-do-sol,
começavam a trazer-lhe todos os doentes e os endemoninhados. A cidade inteira
estava aglomerada à porta” (Mc 1,32-33). Os samaritanos são semi-pagãos e por
isso também desprezados (Jo 4,9). Mas
Jesus aqui torna-se amigo de todos eles. Quanto aos samaritanos, apresenta um
deles como exemplo de amor ao próximo (Lc 10,36-37).
Uma vida de pobre e humilde, não tinha casa nem
uma cama para repousar a cabeça. Lc 9,58. Uma vida de caminhante. .
As
perseguições com o tempo foram aumentando ao ponto de Jesus ter de viver, clandestinidade,
escondido. Por medo dos Judeus Jesus se
esconde porque queriam lhe matar. Retirando-se
para uma região perto do deserto, para
uma cidade chamada Efraim, onde ficou com seus discípulos
(Jo 11,53-54). Quinto crime: colocou a vida acima da Lei. Agentes de Pastoral
Carcerária, gritai ao mundo que Cristo esta presos!
Preso como um marginal
perigoso, Mt 26,47, Jesus ainda falava, quando chegou Judas, um dos Doze,
com uma grande multidão armada de espadas e paus. Preparados caso Jesus tentasse
fugir seria linchado, levaram alem das armas e espadas, paus. Varas para bater.
Crucificado,
depois de ter sido flagelado, moribundo na cruz, é insultado pelos que passavam em frente dele: os
sacerdotes, os escribas, os anciãos e até mesmo, um dos bandidos que estava
ao seu lado, crucificado o insulta, (Mt 27,39-44) diziam: “Ele salvou os outros, a si mesmo não pode salvar. É o rei de
Israel!... Desça agora da cruz e acreditaremos nele!Pôs sua confiança em Deus,
que Deus o livre agora, se é que o ama,.. e o insultavam”.
Na cruz sente-se abandonado até por
Deus. Ele dizia que o seu alimento era é fazer a vontade Pai, daquele que o enviou (Jo
4,34). Entregou-se totalmente ao Pai e, agora sente-se abandonado até
por Ele (Mt 27,46). Na cruz aniquilado
fisicamente, o corpo esvaindo-se em sangue; aniquilado moralmente, condenado a
morte mais vergonhosa e humilhante da época, morte na cruz; sente-se aniquilado
espiritualmente e em profundo abandono, grita: Meu Deus, meu Deus, por que me
abandonaste?
Nasceu fora das cidades e morre fora de
Jerusalém. Foi rejeitado (Mt 8,34 ; 12,10), excomungado e executado fora dos
muros da cidade (Jo 19,17-18). Jesus carregou a cruz nas costas e saiu para um lugar chamado Gólgota.
E aí o crucificaram. Mais: morreu como um “amaldiçoado” (Gl
3,13), como um “excluído” pelo próprio Deus (Mc 15,34), como um abandonado nos
infernos do sofrimento e da morte (1Pd 3,19-20).
Antes de
Morrer da o maior presente que alguém poderia receber neste mundo. Convida um colega de cadeia, o “Bom Ladrão”, junto
com ele abrir a porta do céus. (Lc 23,43) Jesus disse: Eu lhe garanto: hoje mesmo você estará comigo no Paraíso. Aos pés da cruz estava Maria, sua mãe e o
discípulo que ele amava (Jo 19, 25-27). Dias antes, na viagem que fez até Jerusalém, antes
de ser preso, Jesus subiu a Montanha, Monte Sinai, com Pedro Tiago e João e
conversou com o Patriarca Moises e o Profeta Elias, ambos já falecidos há muito
tempo (Mt 17, 3). Jesus poderia, muito bem ter convidado um deles para entrar
no céu com ele, mas preferiu, alguém que estava preso e com ele carregou a cruz
até o Calvário, até o fim. Um colega de
cadeia entra com ele no céu. Ajuda a abrir as portas do céu. Sexto crime, até a
morte em tudo realizar a vontade do Pai, amando os não amados deste mundo. Agentes
de Pastoral Carcerária, gritai ao mundo que Cristo esta presos!
Jesus
ressuscitou fora do centro religioso do tempo (Mt 28, 1ss). Aparece somente para aqueles que o seguiam.
Jesus não foi aos locais e não conversou com as pessoas que o tinham rejeitado.
Jesus Ressuscitado não vai à Sinagoga, no Templo, nos Palácios de Herodes e de
Pilatos, apareceu as Mulheres, aos discípulos de Emaus, aos Onze, fora (na
Galiléia: Mt 28,10.16) e mandou em missão para fora, “até os confins do mundo”
(At 1,8).
Mas o “condenado” da história torna-se o Senhor
da história. Deus exalta o Humilhado. Jesus apresentou-se como simples homem, humilhou-se, feito
obediente até a morte, até a morte da cruz. Pelo que também Deus o exaltou para
que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra, nos abismos. E toda
língua proclame, para glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor(Fl 2,6-11).
Nos cristãos temos como centro de nossa vida e a
vértice da vida da Igreja, é do ministério sacerdotal a Eucaristia (Nº31 CARTA ENCÍCLICA ECCLESIA DE EUCHARISTIA, DO
SUMO PONTÍFICE JOÃO PAULO II, SOBRE
A EUCARISTIA). A Eucaristia é verdadeiro banquete,
onde Cristo Se oferece como alimento (Idem nº 16). Sob as espécies consagradas
do pão e do vinho, o próprio Cristo, vivo e glorioso, está presente de modo
verdadeiro, real e substancial, com seu Corpo e seu Sangue, sua alma e
divindade” (Catecismo da Igreja Católica, 1413, 1418). Eucaristia: Carne e
sangue de um prisioneiro. Na Eucaristia, comemos e bebemos o sangue de um
encarcerado, morto na cruz, Jesus Cristo.
Adoração ao Santíssimo. “Uma vez que Cristo em
pessoa está presente no Sacramento do Altar, devemos honrá-Lo com culto de
adoração. «A visita ao Santíssimo Sacramento é uma prova de gratidão, um sinal
de amor e um dever de adoração para com Cristo nosso Senhor»."(Catecismo
da Igreja Católica, 1413, 1418). Estive preso e foste
me visitar, (Mt 25,36). O Agente de pastoral Carcerária realiza a adoração do
Santíssimo visitando Jesus no Sacrário da Cela. A cela tornasse o ostensórios de
Jesus Cristo, vivo encarnado, ali presos, desfigurado pelo pecado é o centro da
adoração do Agente de Pastoral Carcerária. (Nº 393, 402. V
Conferência Geral do Episcopado Latino Americano e do Caribe).
E o povo ainda
nos dizem que
Jesus Cristo nunca cometeu um crime, que atrás das grades estão os criminosos.
Uma coisa podemos ter a certeza, quem assim fala nunca leu a Bíblia, ou leu mas
não entendeu, não conhece Jesus Cristo que hoje continua vivo, escondido nos
cárceres da vida, preso e pedindo que gritamos ao mundo que Ele esta preso e, que esta esperando,
aguardando a visita de todos. “Eu estava na prisão, e
vocês foram me
visitar’. Eu garanto a vocês: todas as
vezes que vocês fizeram isso a um desses pequeninos, foi a
mim que o fizeram’. ...e, Venham vocês, que são abençoados por meu Pai. Recebam como herança o Reino que meu Pai lhes preparou desde a criação do mundo”
(Mt 25, 31-46).
Pe. Valdir João Silveira
Coordenador Nacional da Pastoral Carcerária -
CNBB