SEMANA DA FAMÍLIA 2018
Dos dias 12 a 18 de agosto de 2018 a
igreja do Brasil celebra a Semana
Nacional da família, em todas as paroquias e comunidades, cujo tema é: “O
Evangelho da família, alegria para o mundo”. O subsídio nos apresenta um
roteiro para sete encontros.
- A vivência da família à luz do
evangelho.
A família não pode viver sem a
vivência da Palavra de Deus. Hoje se reclama muito da falta de tempo por causa
das correrias e do trabalho; se isso é realmente verdade. Mesmo assim, temos a
obrigação de organizar o nosso tempo para que Deus não falte em nossa vida; se
costuma dizer que um domingo sem missa é uma semana sem Deus. Como então
deixá-lo de lado?
A família deve ser o lugar para o
aprendizado e a vivência da Palavra de Deus a partir, é claro, do exemplo e do
testemunho dos pais. Para além de tantos brindes, às crianças devem ganhar
presentes que estejam relacionados a palavra de Deus, a fim de conhecer os
ensinamentos desde a infância. Viver a Palavra é antes de tudo ensinar, tornar
conhecida a palavra para que se transforme em vida. Que espaço existe para a
Palavra de Deus em nossas famílias, sobretudo o Evangelho?
- Família e desafios atuais
Os desafios para a vida das famílias
são os mais diversos, alguns mais presentes do que os outros; entre todos, a
questão da dependência química é mais grave e preocupante. Os adolescentes
começam a beber nas festas com os amigos e, a partir da bebida, experimentam
outras drogas que podem levar à dependência. Inúmeras famílias estão no
sofrimento cruel por causa desse fenômeno. A orientação deve ser permanente,
por parte dos pais, para fazer a prevenção. Outro grande desafio é o meio
virtual com todas as redes sociais. Essa realidade conecta os adolescentes com
o mundo e os distancia da própria família e dos amigos. Os pais nem sempre se
dão conta do perigo aí presente e das nefastas consequências.
Cada família precisa fazer um
permanente trabalho de conscientização sobre essa realidade. Além destes,
existem muitos outros desafios como a escola, a sexualidade, etc.
- Vocação da família à santidade
Comumente, santidade não é uma
realidade para todos, mas para alguns, como se não fossem humanos. Santidade
não é algo para mim. Eu não sou santo. Isso é dito até para justificar as
nossas demandas erradas. No entanto, a família tem por meta a vocação para uma
vida santa. Na verdade, a paz do mundo começa em mim, assim se canta.
Quando na família cada pessoa puder
pensar o seu caminho de santidade teremos uma família como Deus deseja. O pai
pensando a sua missão, a partir de uma vida cristã, como um homem que procura
fazer à vontade de Deus; a esposa e os filhos da mesma maneira, descobrindo
essa vocação e seguindo esse caminho, certamente, a família não será um
problema, mas um lugar de felicidade e paz, o céu que começa na terra, a
família como santuário da vida. Para isso, devemos trazer para a reflexão essas
propostas de vida.
- A vivência do amor no
matrimônio e na família.
Ninguém se casa para viver infeliz,
para se odiar e para se agredir, mutuamente, como acontece muitas vezes com os
nossos casais. A maior violência hoje é praticada dentro de casa e a mulher é a
vítima principal. O casal é chamado a viver no amor como Deus amou a sua
igreja. (Efésios 5, 25)
Sem amor o sacramento não existe,
mesmo que tenha sido a celebração do ano. Os noivos arrasaram com a festa, mas
não aconteceu o sacramento se o amor não existir. Do mesmo modo o amor precisa
ser extensivo para com os filhos. Eles devem ser amados e educados para o amor.
Se hoje temos uma sociedade profundamente egoísta e individualista é,
exatamente, porque não nos educamos para amar, doar a própria vida pelo
próximo. Quem ama não retém nada para si, pelo contrário se entrega, se
desapega. Amar não é gostar. Quem gosta
depois desgosta; que ama, ama até o fim. Existe lugar para o amor em nossas
casas?
- A fecundidade do amor na
família.
Na constituição do casamento está
implícita a procriação. Acolher e educar os filhos na fé é uma das mais belas
tarefas do casal, colaborando com a obra da criação. No século passado tínhamos
muita pobreza e numerosas famílias no tempo dos nossos bisavós. Hoje às
condições de vida são outras; mas, se reduziu drasticamente o número de filhos.
Existem países da Europa que a população é toda envelhecida. Os casais
resolveram praticamente banir os filhos, situação grave na instituição do
matrimônio. No entanto, a fecundidade é mais ampla do que a procriação. A
fecundidade deve existir no âmbito do amor, da acolhida, aconchego. A casa ou o
lar que se torna aquele ambiente sagrado, desejoso para a pessoa que está
ausente dele. Como é gratificante e prazeroso quando os filhos retornam à casa
dos pais, o lugar onde chegaram ao mundo. Essa é a fecundidade, verdade que
envolve pais e filhos num amor profundo.
- Anunciar hoje o evangelho na
família
Como anunciar hoje o evangelho na
família? A nossa tendência de anunciar é ensinar, e, muitas vezes, ensinar para
comunicar aquilo que é a nossa vontade e nossos princípios. A família ainda
sofre a imposição dos mais fortes sobre os mais fracos.
O anúncio nunca se separa do
testemunho. Ensina verdadeiramente quem vive o que deseja ensinar. A vida dos
pais deve ser à escola, a orientação para os filhos. Filhos por toda vida
jamais esquecerão das atitudes positivas e/ou negativas de seus pais. Todos nós
deixamos para o mundo a maneira como nos comportamos.
Não chegamos a conhecer Hitler, mas
sabemos da sua conduta; não convivemos com madre Teresa de Calcutá, mas sabemos
de sua fama. Assim por diante. O mesmo princípio é válido para todos nós pais,
filhos, padres, bispos, catequistas, animadores, etc.
- Espiritualidade e oração na
família e na sociedade.
Espiritualidade se confunde muito
com oração. Quando se fala em uma tarde de espiritualidade é um momento de
oração. Na verdade, a oração é o que anima a nossa espiritualidade. O que é
então espitualidade? Numa breve reflexão, podemos dizer que é uma vida conduzida
pelo espírito de Deus; é a vivência do seguimento de Cristo; uma vida conduzida
pelo amor; uma vida dedicada; sempre que fracassamos a oração é como um
combustível para a nossa espiritualidade. Uma missão tida como desafiadora é
uma espiritualidade, isto é, uma vida a ser guiada pelo espírito. A
espiritualidade do casal nesse caso, qual seria? Ter uma vida de oração para
viver a espiritualidade conjugal, assumindo os desafios da criação e educação
dos filhos, às vezes em situações especiais.