Pastoral Carcerária Nacional e Coordenação dos
Estados.
A
pastoral carcerária nacional com as coordenações dos estados esteve reunida em
Brasília para uma avaliação de sua caminha e para uma construção da linha do
tempo, isto é, fazer um registro da historia desde quando ela começa a se
organizar no país. O encontro foi de fundamental importância, sobretudo pela partilha,
convivência e reflexão sobre o trabalho pastoral. A historia da pastoral tem
contado com a dedicação de inúmeras pessoas, padres, religiosas, leigos e
leigas que assumem com muito amor, a missão de uma igreja samaritana que todos
nós recebemos no nosso batismo.
Na
linha do tempo se percebe que cada vez mais a pastoral tem crescido e também se
organizado. Que apesar das imensas dificuldades, a pastoral conseguiu manter
uma linha de atuação: visitas, encontros nos vários níveis, evangelização,
profetismo, produção de material de formação e comunhão, no dia a dia de sua
missão.
Também
houve a preocupação de pensar as dificuldades que perpassam a atual situação
prisional no país.
Hoje
é muito visível que existe na maioria dos estados uma politica de
encarceramento em massa. Isso significa que inúmeras pessoas, entre elas jovens
e pobres, são levadas para as prisões, como suspeitas, permanecendo por meses e
anos, sendo negados os seus direitos de acesso à justiça. Essa pratica também
revela que o estado não tem outra coisa a fazer, a não ser querer coibir
praticas delituosas apenas com a reclusão nas prisões.
Essa
medida tem superlotado as unidades prisionais e cada vez mais agravado a
situação não só prisional, mas também social.
Imagina-se
que com as prisões, haverá uma diminuição da violência quando se tem percebido
que a violência só tem aumentado sempre mais, juntamente com a crescente população
encarcerada. Por exemplo, o nosso estado da Paraíba se encontra dentro dessa
politica de encarceramento, em contra partida, tem sido mais violento ainda. O
estado brasileiro não faz o bem para si mesmo, nem para a sociedade mostrando
serviço quando prende, mas, pelo contrario, contribui para que a violência se
torne para viva e presente.
Em
nosso encontro foi relembrado também depoimento de juízes que em suas analises
asseguram que as unidades prisionais do país têm sido além de um depósito humano
também um deposito para as drogas.
Como
todos sabem, a droga marca território, mobilização muito dinheiro e gera muito
violência e morte. Para alguns desses juízes as prisões estão sendo utilizadas
com essa finalidade. Os que são dependentes alimentam a dependência pelo fato
de não haver nenhum tratamento para essa finalidade.
Outros
temas fizeram parte da nossa reflexão como justiça restaurativa, revista
vexatória nas prisões, etc.
A
coordenação nacional com as coordenações dos estados também refletiu sobre o
papel ou perfil das coordenações estadual e também nacional, sobretudo hoje,
diante da complexidade do sistema das prisões. Hoje mais do que em outros
tempos precisamos ter muita clareza do nosso papel e retomar as Regras mínimas
para agentes de pastoral carcerária, já apresentadas, anteriormente, na
historia da pastoral.
pebosco@yahoo.com.br