Dom Canísio Klaus
Bispo de Santa Cruz do Sul - RS
“Natal se aproxima, é tempo de amor; renasce a
esperança de um mundo melhor”!
O verso acima faz parte de uma canção muito
cantada pelas comunidades cristãs no tempo do Advento. Nos recorda que o tempo
do Natal é tempo de amor. Tempo onde contemplamos o amor da Santíssima Trindade
– o Pai, o Filho e o Espírito Santo – se abrindo para o amor humano.
Sem abandonar o seio da Santíssima Trindade, o
Filho de Deus assume a natureza humana na pessoa de Jesus de Nazaré, para nos
provar o grande amor que Deus tem para com a humanidade. A partir daí foi fácil
para São João escrever às comunidades cristãs da Ásia Menor, que “quem não ama
não conhece a Deus, porque Deus é amor” (1Jo 4,8). E a prova está em que “não
fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou, e nos enviou o seu Filho
como vítima expiatória por nossos pecados” (1Jo 4,10).
A centralidade da festa do Natal é o encontro da
divindade com a humanidade. O Deus que é Amor vem ao encontro da humanidade,
“esvaziando-se a si mesmo, assumindo a condição de servo e tornando-se
semelhante aos homens” (Fl 2,7). Por isso só acontece Natal onde a festa tiver
a presença das manifestações do amor da família de Deus e da família humana.
Onde Deus está ausente, mesmo contando com a presença do Papai Noel, não
acontece Natal.
Ao assumir a condição humana no seio de uma
família, o próprio Deus escolheu e indicou a família como o melhor espaço para
fazer acontecer o Natal. A partir dela formam-se os grupos familiares e as
comunidades. Deus quis precisar da boa vontade e do acolhimento da Família de
Nazaré para nascer no meio de nós como o maior presente da humanidade. Por isso,
os espaços privilegiados para celebrar o verdadeiro Natal do Senhor, são as
famílias, os grupos familiares e as comunidades de fé.
Convido, pois, o povo diocesano que se deixe
tocar pela mensagem central do Natal, acolhendo o Deus que vem como
menino/criança. Vamos abrir as portas das nossas casas ao Deus que bate e pede
licença para entrar, com o desejo de permanecer no meio de nós. Vamos dar asas
ao amor, porque “quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus permanece
nele” (1Jo 4,16).
Desejo um feliz e abençoado Natal do Senhor a
todas as pessoas, famílias, grupos, comunidades e paróquias. Que em todos os
recantos da Diocese se cante “Noite Feliz” e, unidos aos Anjos, entoemos “Glória
a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens de boa vontade”.
Feliz Natal!